Volkswagen SP2 Dacon ?raridade que vale quase o preço de um apartamento
Cup?esportivo nacional tem cor exclusiva verde água metálica do projeto SP3, que não seguiu adiante
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O Volkswagen SP2, fabricado entre 1972 a 1976, foi um dos esportivos de maior sucesso da história da indústria automobilística do Brasil. Com produção limitada, este esportivo nacional está cada vez mais raro e caro.
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Um exemplo disso é o SP2 1975 que está à venda pela empresa O Acervo, um modelo ainda mais especial, pois trata-se um legítimo Dacon (nome de concessionária credenciada da VW que transformava seus veículos).
O cupê esportivo da Volkswagen, na versão Dacon, trazia algumas diferenças como rodas esportivas de época, vidros verdes Santa Marina - ou fumê, se assim o cliente quisesse, teto solar a vácuo, pintura com tratamento anti-ferrugem e bancos de couro.
No caso deste magnífico exemplar, a pintura verde água metálica foi especialmente feita na Dacon, e usada no protótipo VW SP3. Só abrindo os parênteses, o SP3 nada mais foi que um SP2 com um motor 1.6 dianteiro refrigerado a água (AP), de 96 cv e carburação de corpo duplo, emprestado do Passat TS. Por problemas de custos na viabilização da produção, o projeto não foi para a frente.
Interior de esportivo clássico
Imagem: Reprodução/ O Acervo
No anúncio do cupê feito pela Dacon, são alegados 25 mil km originais, com a ajuda do saudável motor 1700 (matching number) que funciona como novo. Com a contribuição do câmbio manual de engates mais curtos e quatro marchas, a potência é de 75 cv e torque de revigorantes 13 kgfm.
Por fora, as rodas de liga-leve de época instaladas pela Dacon acompanham o carro, bem como as de ferro originais, caso você queira usá-las e guardar as especiais.
Internamente, toda a tapeçaria, bem como a parte elétrica está em perfeitas condições, incluindo o famoso rádio com toca-fitas Roadstar. O painel não apresenta trincas ou deformações.
O preço do SP2 Dacon com placa preta de colecionador é de R$ 350 mil, o equivalente a um apartamento pequeno em São Paulo. Por ser um modelo raro e bastante exclusivo, o montante deve valer a regra da lei da oferta e da procura.
O projeto SP2
Mas todo este genial projeto só foi colocado em prática graças a Senor Schiemann, o criador do desenho do SP2, linhas que foram inspiradas no modelo alemão VW 412 (Type 4), porém sobre a supervisão de Rudolf Leiding que atuava no comando da VW do Brasil.
As siglas SP do modelo foram uma homenagem à cidade de São Paulo pelo projeto ser concebido naquela cidade, sendo considerado o primeiro carro nacional totalmente projetado no Brasil.
O esportivo era construído com chassis e mecânica baseada na VW Variant, com algumas leves mudanças, como freios dianteiros a disco e motor de 1.679 cm³ com dupla carburação (Solex 34 PDSIT). Os 75 cv a 5.000 rpm levam o SP2 de 0 a 100 km/h em apenas 13 segundos, uma boa marca para a época.
No primeiro ano de produção, em 1972, quase três mil unidades foram vendidas no segundo semestre. Nos anos posteriores, as vendas caíram vagamente, porém, mantendo o mercado estável. O carro não sofreu modificações a não ser pelas opções de cores oferecidas.
Em 1975, o SP1 já não estava mais disponível, ficando apenas o SP2, que já se tornava mais popular em relação ao modelo mais fraco. A VW pensou até a desenvolver um projeto do SP3, com a mecânica do Passat TS (refrigerado a água), na dianteira. Mas, contudo, não passou de uma simples ideia, devido ao alto custo na produção que inviabilizaria o projeto do carro.
Em 1976, o SP2 saía da linha de produção somando a marca de 10.205 unidades produzidas (670 unidades exportadas para a Europa). Um dos principais motivos pela VW parar de produzir o SP2 foi o alto preço, consequência da baixa economia de escala na produção, e o fraco desempenho do motor diante da concorrência. Era o fim de uma lenda dos carros esportivos nacionais.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.