Esportivo Passat GTS Pointer custa mais que um Polo 0 km. Conheça raridade da Volks
Versão com motor 1.8 de Santana foi um dos carros mais desejados dos anos 80 e acelerava mais que o Gol GTS
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O Volkswagen Passat foi lançado no Brasil no final de 1974 até 1988 e agradou a todos logo de cara. Vendido graças às linhas indiscutivelmente charmosas no estilo fastback, uma obra assinada pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro, conhecido por assinar obras como Golf, Fiat Uno, além de esportivos da Alfa Romeo, Ferrari, Lancia e Lamborghini.
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Tamanha adoração pelo carro motivou a Volkswagen a lançar versões especiais do modelo e, sem dúvida, a mais famosa e desejada foi a GTS Pointer, com desempenho esportivo e visual de cair o queixo.
Encontramos um belo representante da versão na linha 1988, o ano de despedida do primeiro carro refrigerado a água da VW no Brasil. Em ótimo estado geral de preservação, conforme descrito no anúncio da loja Lar’t, o veículo mantém até o rádio toca-fitas de época Los Angeles I da Bosch.
Ainda por dentro, os bancos esportivos da Recaro estão em perfeitas condições, assim como as forrações de portas. O painel de instrumentos é completo e marca pouco mais de 139 mil km.
Bem ao centro, há um relógio digital, cercado pelo velocímetro com escala até 220 km/h e pelo conta-giros que agrupa os indicadores da temperatura da água do motor e nível de combustível. Já no console, há voltímetro e manômetro
.
Na parte externa, a pintura prateada brilha como nova e contrasta muito bem com os para-choques, retrovisores, frisos na cor preta, sem pintura. Os adesivos laterais finalizam o acabamento esmerado do esportivo. As belas rodas esportivas de 14 polegadas completam o pacote.
O motor 1.8 traz um desempenho respeitado para a época e com ajustes especiais, como comando de válvulas exclusivo, curva e avaço do distribuidor e carburador Solex Pierburg. São 99 cv declarados de rendimento que, graças à colaboração do câmbio manual de cinco marchas de engates curtos, dá ao Passat a aceleração de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e velocidade final de 170 km/h. Pesando 10 kg a mais que o Gol GTS, o Pointer era 0,1 s mais rápido no 0-100 km/h e alcançava 3 km/h a mais na velocidade final.
O Volkswagen Passat GTS Pointer é oferecido por R$ 110 mil. Com este valor, é possível comprar um Polo Sense TSI zero-quilômetro e ainda sobrar alguns trocados. Aí vai do bolso e principalmente do valor afetivo de cada um.
Versão TS e GTS, a série que consagrou a esportividade nos Passat
Imagem: Reprodução/Lart
No ano de 1976 surgiu a série esportiva TS, conquistando logo de cara o público jovem. Trazia quatro faróis redondos (quatro altos e dois baixos) e uma faixa preta que vinha do para-lama dianteiro, ficando mais larga à medida que corria a carroceria e se elevando até a coluna traseira. No topo estava a sigla TS, de Touring Sport.
Por dentro, a esportividade era destacada pelo conta-giros, manômetro de óleo, voltímetro e relógio analógico, além do volante esportivo de três raios.Os bancos por sua vez eram reclináveis e possuíam encosto integral para a cabeça.
Mas o mais atraente estava debaixo do capô: um motor 1.6 de 80 cv. Tornou-se referência para os amantes de velocidade e fez muito sucesso por aqui competindo até na concorrida 500 Milhas de Interlagos, Rali do Brasil e Mil Milhas obtendo ótimos resultados em todas as provas.
Sua velocidade final é de 160 km/h e o carro faz de 0 a 100 km/h em cerca de 14 s. Com pneus radiais 175/70 SR 13 e a suspensão traseira de eixo de torção de toda a linha, era o mais rápido em sua categoria em velocidade final, aceleração e também nas curvas.
Três anos depois, o Passat sofria a sua primeira modificação, contando com novos faróis quadrados, polainas plásticas nas pontas dos para-choques, luzes, direção nas extremidades, na cor âmbar. Na versão TS havia uma pequena faixa preta sob os vidros laterais e o logotipo da versão no para-lama dianteiro, acima do novo friso de borracha que percorria toda a lateral.
Em 1983 trazia quatro faróis retangulares, enquanto a mecânica adotava o eficiente motor MD 270 e opção do câmbio 3+E (E de marcha econômica), com efeito, overdrive, de marchas mais espaçadas. Além disso, o Passat ganhou nova frente, grade de perfil mais baixo, e refletores nas extremidades dianteiras realçando ainda mais sua vocação esportiva.
O motor tinha maior taxa de compressão, novo comando de válvulas, ignição eletrônica de série, carburador de corpo duplo, filtro de ar com válvula termo pneumática, retorno de combustível e pistões de liga mais leve.
Imagem: Reprodução/Lart
O TS acabava perdendo a sua identidade, graças a adoção do motor 1.6 das demais versões do Passat. Foi então que a Volkswagen resolveu colocar em 1984 um motor 1.8, igual ao do Santana. Surgia assim o GTS (Gran Touring Sport). O GTS era um novo carro em termos de desempenho. Sua missão em substituição ao TS (ainda sem a denominação "Pointer"), estava cumprida.
O Passat esportivo não demorou muito para se tornar um dos esportivos mais cobiçados do país. Possuía bancos Recaro, câmbio de 5 marchas, conta-giros e console com voltímetro e manômetro de óleo. Opcionalmente, poderia vir equipado com ar condicionado e teto solar.
No mesmo ano, as versões de acabamento eram batizadas novamente como Special (básica, com molduras pretas nos faróis), LS Village, LSE Paddock e GTS Pointer. O novo Pointer tinha rodas esportivas de alumínio com um desenho chamativo e aro de 14 polegadas calçando pneus 185/60 HR 14.
Tinha vidros verdes e para-brisa com faixa degradê, encostos de cabeça para quatro passageiros e descanso de braço no banco traseiro. Os bancos dianteiros e Recaro, com regulagem de altura e contorno envolvente e o teto solar continuava na lista de opcionais do modelo.
A última atualização no Passat teve alguns retoques na aparência como: para-choques envolventes em plástico injetado, lanternas traseiras frisadas e painel de desenho mais atual, inspirado no do Santana, incluindo um grande conta-giros e termômetro de óleo no console.
Outro grande e esperado ganho era o câmbio de cinco marchas. Em 1986, o Passat reagia com os novos motores AP (Alta Performance) de 1.6 litro e 1.8 litro, de bielas mais longas, adotado um ano antes nos Gol GT e nos Santana.
Andava bem. Para se ter uma ideia, faz de 0 a 100 km/h em apenas 10,9 s atingindo a velocidade final de satisfatórios 170 km/h.
Imagem: Reprodução/Lart
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.