Teste: Volkswagen Tiguan 1.4 turbo
Versão lançada no ano passado mostra que a primeira geração ainda pode agradar a muita gente
Parece que foi ontem que o Tiguan foi lançado. O primeiro SUV de porte médio da Volkswagen, no entanto, vai completar 10 anos desde sua apresentação no Salão de Frankfurt. Essa primeira geração não é só longeva, mas um veículo que soube envelhecer bem. Tanto assim que ela seguirá à venda no Estados Unidos mesmo com a chegada do novo Tiguan ao mercado. No Brasil, a situação é semelhante. O Tiguan Allspace, mostrado recentemente, desembarca apenas em 2018 e, enquanto isso, o pioneiro SUV segue à venda no mercado e, desde o ano passado, com a versão 1.4 TSI.
AUTOO quis saber como anda esse Tiguan de entrada, que dispensa a tração integral e o câmbio automático de seis marchas.
Pacote completo
É um fato: se não fosse por alguns elementos um tanto datados como as saídas de ventilação circulares e as linhas do painel de instrumentos seria difícil cravar que o Tiguan já está há uma década no mercado mundial. O SUV soube assimilar várias novidades ao longo dos anos e hoje continua sendo um veículo que reúne quase tudo que se espera de um modelo dessa categoria.
Espaço interno, por exemplo, é generoso. São 144 cm de largura na frente 140 cm na traseira, além de sobrar no quesito espaço para pernas no banco traseiro. O porta-malas leva 470 litros que pode ser ampliado graças ao rebatimento do banco, que se alinha com o bagageiro e forma um imenso ‘porão de carga’.
Tecnologia também é facilmente notada. O Tiguan tem uma boa central multimídia, que fala com o Carplay e Android Auto, além de ar-condicionado de duas zonas automático. A direção, com comandos satélites, é elétrica e bem balanceada. O SUV traz ainda chave com partida por botão e teto solar panorâmico – grande parte deles, é verdade, como opcionais, que elevam o preço de R$ 128.270 (maio de 2017) para R$ 141.332 se você optar pela cor branca.
Com eles você ainda tem mesinhas retráteis para os assentos traseiros, câmera de ré, espelho retrovisor eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular e rodas aro 18 em vez de 17 polegadas. Proporcionalmente ao preço do modelo, é um valor pequeno pelo que ele acrescenta.
Sem saudades do 2.0
Mas, afinal, o Tiguan 1.4 anda bem? O motor TSI, de 150 cv e 25,5 kgfm de torque já meio que responde a pergunta. Apesar da tonelada e meia que pesa o SUV, ele dá conta tranquilamente da missão. Claro que não tem a disposição do irmão 2.0 turbo, mas ele compensa com um consumo baixo de combustível que faz a autonomia ser imensa, sobretudo em uso rodoviário.
Bebendo apenas gasolina, o motor roda 10,1 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada, valores que o computador de bordo atingiu com facilidade em nosso teste. Mérito também da transmissão de dupla embreagem e seis marchas que tomou o lugar do câmbio automático convencional do 2.0. Talvez o Tiguan peque num aspecto, o design. Embora tenha nascido sob a linguagem anterior da Volkswagen, que destacava os elementos circulares, o utilitário esportivo recebeu muito bem o facelift de 2011 quando ganhou linhas mais horizontais e retangulares. Mas é fato que ele não chama mais a atenção nas ruas.
Passaporte que pesa
Anda bem, gasta pouco, é bem equipado e espaçoso e ainda moderno em vários aspectos. Temos um campeão de vendas, então? Pelo contrário. O Tiguan, mesmo com a versão 1.4, emplaca pouco, muito pouco. Em 2017, por exemplo, foram apenas 277 unidades até abril. O Q3, seu parente distante, vendeu 1.316 carros nesse período. Por falar no Audi eis aí uma das aparentes razões para que o Tiguan não seja um estouro nas vendas. O Q3, que é flex na versão 1.4, custa um pouco mais e oferece muito – além de todo o apelo de uma marca ‘premium’.
Ou seja, o Tiguan tinha que custar menos, mas isso é uma tarefa complicada para a atual geração, que é feita na Europa e paga caro para chegar aqui. Coisa que a segunda geração, fabricada no México, não terá como obstáculo – se tudo for mantido, carros mexicanos devem continuar a não pagar imposto de importação.
Portanto, se você comprou um é porque é fã do modelo, o que não deixa de ser um sinal de bom gosto. Afinal, dirigir o Tiguan é um experiência gratificante, mesmo dez anos depois.
Ficha técnica
Volkswagen Tiguan 2017?.4 16V gasolina automático 4p | |
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Preço | R$ 128.270 (10/2017) |
Categoria | SUV médio |
Motor | 4 cilindros, 1395 cm?/td> |
Potência | 150 cv a 5000 rpm (gasolina) |
Torque | 25,5 kgfm a 1500 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,427 m, largura 1,809 m, altura 1,683 m, entreeixos 2,604 m |
Peso em ordem de marcha | 1609 kg |
Tanque de combustível | 64 litros |
Porta-malas | 470 litros |