Teste: Volkswagen T-Cross Comfortline 200 TSI
Avaliamos a versão do SUV compacto que atua na faixa de R$ 100.000
O valor é alto, mas a faixa de R$ 100.000 hoje em dia tem uma importância muito importante quanto analisamos os SUVs compactos. Vários modelos contam com destacada participação em vendas de suas versões na casa dos seis dígitos, como ocorre com o Hyundai Creta Prestige, por exemplo. Um sinal de que a combinação entre o estilo mais robusto de um SUV com uma boa dose de equipamentos de conforto e tecnologia é uma receita garantida para o sucesso no segmento.
E é justamente de olho nessa fatia de mercado que a Volkswagen posiciona o T-Cross na versão Comfortline, a mais cara com o motor 1.0 TSI. Tabelada em R$ 99.990, ela traz um bom custo-benefício e é tão bem equipada quanto seus rivais diretos. De série encontramos rodas de liga leve aro 17”, ar-condicionado automático digital, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, central multimídia com câmera de ré, entre outros. Vale a pena lembrar que todas as versões do T-Cross saem de fábrica com 6 airbags e os controles de tração e estabilidade, o que posiciona a novidade como um dos modelos mais seguros da categoria.
Adicionando o revestimento interno de couro (Pacote Design View – R$ 1.950) e recursos como chave presencial e uma central multimídia mais completa (Pacote Exclusive & Interactive – R$ 3.950), o preço do T-Cross Comfortline alcança R$ 105.890 considerando a cor sólida Preto Ninja, que não representa nenhum acréscimo no valor. Com isso, temos um modelo bem equivalente ao que o Hyundai Creta Prestige (R$ 104.990) entrega, assim como o Honda HR-V EXL, que é tabelado em salgados R$ 111.900 após a estreia da linha 2020.
Vale a pena destacar, contudo, que a Volkswagen coloca no preço do T-Cross o valor das três primeiras revisões, o que representa uma economia em torno de R$ 1.600 no que diz respeito ao custo de propriedade para os futuros compradores do modelo.
Outro ponto relevante envolvendo o T-Cross Comfortline diz respeito ao bom pacote de tecnologia que está disponível para o modelo. Entre os opcionais é possível encontrar o assistente de estacionamento, recurso que só o modelo da Volkswagen oferece no segmento. Para colocá-lo no T-Cross, é preciso adquirir o opcional Pacote Premium, que custa R$ 6.050, mas lhe dá direito ao Park Assist 3.0 além dos faróis full-LED e sistema de som projetado pela Beats com subwoofer.
Para completar, o Pacote Sky View II (R$ 4.800) acrescenta o teto solar panorâmico, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, além do retrovisor interno eletrocrômico. Completo, com todos os opcionais, o T-Cross Comfortline pode atingir R$ 116.740, mas é claro que fica a critério do cliente colocar ou não todos esses pacotes. O interessante é termos em mente aqui tudo o que o carro pode entregar.
Se vai bem nos itens de conforto e tecnologia disponíveis, outro forte atributo do T-Cross Comfortline é a eficiência do motor 1.0 TSI. Graças ao turbo em combinação com a injeção direta, o compacto motor da VW consegue entregar, com a metade do deslocamento do 2.0 16V do Creta Prestige, praticamente o mesmo torque máximo (20,4 kgfm para o T-Cross 1.0 TSI e 20,5 kgfm no caso do Creta Prestige). Em termos de consumo, o T-Cross também se sai muito bem, alcançando médias de 11 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada com gasolina, enquanto o Creta 2.0 automático não vai além de 10 e 11,4 km/l, respectivamente, mesmo adotando soluções como o start-stop.
Ao volante, a sensação é que o T-Cross Comfortline 1.0 TSI não fica devendo em nada para modelos com motores maiores de aspiração natural, como o já citado Creta Prestige ou o Honda HR-V. Em relação ao Jeep Renegade 1.8 flex, o T-Cross Comfortline é um modelo bem mais econômico e esperto nas reações. Com um 0 a 100 km/h de 10,4 segundos utilizando etanol, o desempenho do T-Cross é mais do que suficiente para grande parte da utilização do modelo. Mesmo carregado com 4 adultos e bagagem, o T-Cross Comfortline é competente nas acelerações e retomadas.
Olhando para outros aspectos do conjunto técnico e mecânico, o T-Cross realça como uma boa plataforma é fundamental para criar um bom automóvel. Moderna e contemplando o uso de aços mais nobres, a arquitetura MQB entrega ótima rigidez torcional e, com isso, um baixo nível de ruído e vibrações e colabora para melhorar as respostas dinâmicas.
Modelo com um bem-vindo tempero ligeiramente esportivo, o T-Cross Comfortline traz uma direção até que bem rápida para os padrões do segmento, bem como pedais, em especial o de freio, com uma sensibilidade mais acentuada, o que favorece a condução.
Com um visual externo caprichado – e até arrojado para os padrões da Volkswagen – o T-Cross nacional oferece uma ótima cabine para 5 pessoas. Ela pode não oferecer a mesma sensação de espaço e a praticidade que encontramos no Honda HR-V, mas não há do que se queixar a bordo do T-Cross. Mesmo passageiros altos no banco traseiro não passam aperto e ainda contam com uma saída de ar direcionada para a segunda fileira de assentos, bem como duas entradas USB para o carregamento de dispositivos eletrônicos como smartphones e tablets.
Uma crítica, contudo, pode residir no porta-malas. Enquanto Creta e HR-V passam dos 430 litros de capacidade em seus respectivos compartimentos, o T-Cross entrega 373 litros com o encosto traseiro em posição normal. A Volkswagen até criou uma forma de aumentar a capacidade do porta-malas, reposicionando o encosto do banco traseiro de uma forma mais vertical. O volume disponível sobe para 420 litros, porém a solução compromete o conforto de quem utiliza o banco traseiro. De qualquer forma, notamos que modelos mais recentes, como o Citroën C4 Cactus, também não estão muito preocupados em oferecer porta-malas muito generosos. O Citroën, como exemplo, acomoda 320 litros de bagagens.
Quando recebe o revestimento interno de couro, faz parte do pacote alguns apliques decorativos no painel que contrastam com a tonalidade marrom (ou Marrakesh Brown como chama a VW) presente nas laterais dos bancos, o que cria um efeito mais jovial para a cabine do T-Cross. Alguns leitores do Autoo comentaram no site ou em nossas mídias sociais que a marca abusou dos plásticos no modelo, porém a sensação a bordo do SUV não é de um carro simples como notamos nas versões de entrada de Polo e Virtus, esses sim que mereciam interiores mais refinados.
Ao conciliar eficiência mecânica com um projeto moderno, bom nível de equipamentos e um custo-benefício coerente com sua proposta, o T-Cross Comfortline figura hoje como uma das melhores opções para quem deseja adquirir um SUV compacto na faixa de R$ 100.000. Era esperado que a Volkswagen entrasse na categoria com um produto de forte apelo e assim foi feito. Vamos ver como o jogo vai ficar quando concorrentes como a nova geração do Chevrolet Tracker, prevista para 2020, entrar em campo.
Ficha técnica
Volkswagen T-Cross 2020 Comfortline 200 TSI 1.0 12V flex automático 4p | |
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Categoria | SUV compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 60.124 unidades |
Motor | 3 cilindros, 999 cm?/td> |
Potência | 116 cv a 5500 rpm (gasolina) |
Torque | 20,4 kgfm a 2000 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,199 m, largura 1,76 m, altura 1,568 m, entreeixos 2,651 m |
Peso em ordem de marcha | 1252 kg |
Tanque de combustível | 52 litros |
Porta-malas | 373 litros |