Teste: Chevrolet S10 LTZ 4x4 2.5 flex automática
Avaliamos uma das principais novidades na linha 2018 da S10, a configuração flex automática
Para quem não faz questão do torque de sobra de um motor a diesel, bem como a autonomia mais generosa que esses motores proporcionam ou simplesmente não quer gastar tanto, as variantes flex das picapes médias surgem como uma forte opção de compra para quem tem a necessidade de um modelo mais versátil para o transporte de carga ou simplesmente se sente atraído (a) pelo estilo mais robusto desses modelos. Outro perfil que as picapes médias flex miram é o público urbano, que conta com opções de sobra de postos de combustível e não precisam se deslocar tanto assim para encontrar opções de abastecimento.
É pensando nesse segmento de mercado, que geralmente responde por 30% do mix de vendas das picapes médias, o responsável por uma movimentação estratégica por parte da GM para a S10, picape que inaugurou o segmento no Brasil pelos idos de 1995.
A partir de maio deste ano já é possível encontrar nas concessionárias a Chevrolet S10 com a nova configuração flex automática, ligando o motor 2.5 ao câmbio automático de 6 marchas até então oferecido apenas para a picape com motorização diesel.
Em tempos de Fiat Toro fazendo um sucesso fenomenal entre os brasileiros, a S10 flex automática chega em boa hora para fomentar a concorrência.
Nós do AUTOO tivemos a oportunidade de avaliar a novidade em sua variante topo de linha, na versão LTZ com tração 4x4.
O motor 2.5 Ecotec, que se destaca por oferecer injeção direta de combustível, não contou com novidades técnica e oferece uma boa dose de potência e torque. Com etanol, ele é capaz de entregar até 206 cv a 6.000 rpm e 27,3 kgfm de torque a 4.400 rpm. Segundo a GM, em apenas 9,5 segundos a nova S10 flex automática consegue alcançar os 100 km/h, algo digno de nota sobretudo em um veículo de quase duas toneladas. A sensação ao volante é que, mesmo quando carregada, a S10 flex automática não deixa a desejar quando o assunto é desempenho. Ponto positivo também para o consumo. Durante nosso contato com a picape, alcançamos médias de 8,5 km/l na cidade com o uso moderado do ar-condicionado e 10,5 km/l na estrada com gasolina.
Grande parte desse mérito, além do motor, vai para a transmissão aprimorada que equipa a picape. A caixa automática de 6 marchas é basicamente a mesma da versão a diesel, porém com um módulo de controle próprio e com uma calibração específica. Vale a pena destacar que esse módulo fica embutido na transmissão, o que o preserva de impactos e sujeiras que podem afetar seu funcionamento, oferecendo mais robustez para a picape. Outro ponto interessante do câmbio é a presença de uma embreagem dentro do conversor de torque, o que otimiza o acoplamento do conjunto e confere respostas mais rápidas para as trocas de marchas.
No dia a dia, de fato tudo isso se traduz em um comportamento bem agradável. Você não sente qualquer solavanco nas trocas de marchas ou hesitação do câmbio na hora de avançar ou retroceder as passagens de marchas, o que também denota um ótimo trabalho de calibração por parte da engenharia brasileira.
Com novos coxins mais rígidos, segundo a GM para reduzir o nível de vibração da picape, o rodar da S10 está no mesmo patamar das concorrentes. Claro que as picapes médias evoluíram muito nos últimos anos no que diz respeito à suavidade ao rodar, mas ainda não espere encontrar em picapes como a S10 a mesma vida mansa a bordo de um sedã médio, por exemplo. Em especial se você vai se deslocar sozinho e sem carga, são frequentes os sacolejos a cada imperfeição mais severa do piso. Afinal, para levar pouco mais de 800 kg de carga na caçamba, você precisa ter uma suspensão traseira parruda o suficiente.
A direção não é tão rápida assim, algo natural em um veículo de 5,36 m, bem como os controles de tração e estabilidade conferem segurança na hora de encarar as curvas da estrada, mas é sempre bom respeitar os limites que qualquer picape cabine dupla exige. Dentro do segmento, a S10 pode não ostentar a dirigibilidade de uma VW Amarok, mas cumpre as expectativas.
Hoje tabelada em R$ 130.990, a Chevrolet S10 2.5 LTZ 4x4 automática pode parecer cara, mas seu preço é R$ 41.000 mais barato do que a mesma versão LTZ 4x4 porém com o motor 2.8 turbo diesel sob o capô. Dentro do segmento uma rival direta da S10 avaliada aqui é a Toyota Hilux SRV 4x4 flex, nas concessionárias por R$ 134.410.
Nesse ponto o custo-benefício da S10 é muito melhor. Além de ficar devendo em potência e torque (163 cv e 25 kgfm), a Hilux em questão não oferece algumas comodidades e tecnologias que você só encontra na S10 LTZ flex 4x4, tais como o sistema de telemática OnStar, os alertas de colisão e saída de faixa, sistema de partida remota pelo telecomando da chave, dentre outros.
Logo, se você pensa em adquirir uma picape média cabine dupla e quer optar pela motorização flex, a Chevrolet S10 2018 desponta como a melhor opção dentro do segmento. Ela oferece um conjunto mecânico moderno, robusto e eficiente, conciliando tudo isso com bom custo-benefício, além de um rodar e cabine parelha com suas rivais. Uma boa escolha nesse cenário!
Ficha técnica
Chevrolet S10 2018 LTZ 2.5 16V flex automático 4x4 4p | |
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Preço | R$ 130.990 (09/2017) |
Categoria | Picape média |
Vendas acumuladas neste ano | 26.642 unidades |
Motor | 4 cilindros, 2457 cm?/td> |
Potência | 197 cv a 6300 rpm (gasolina) |
Torque | 26,3 kgfm a 4400 rpm |
Dimensões | Comprimento 5,361 m, largura 1,874 m, altura 1,831 m, entreeixos 3,096 m |
Peso em ordem de marcha | 1934 kg |
Tanque de combustível | 76 litros |
Caçamba | 1061 litros |