Testamos o T5, o melhor carro da JAC no Brasil

Com bom preço e excelente arquitetura interna, crossover chinês ?uma boa aposta da marca
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JAC T5 2016

JAC T5 2016 | Imagem: AUTOO

Nada como a persistência e a humildade. Se você vai se aventurar a fazer uma coisa nova, na qual não tem experiência nenhuma, é bom analisar os especialistas naquilo, planejar suas ações com cuidado, estar prevenido para os imprevistos e aprender com os erros. Talvez uma grande prova do que podemos esperar dos carros chineses para o longo prazo está no JAC T5, modelo que não por acaso deverá responder pela maior parte do volume de vendas da JAC por aqui. 

O T5 é competente em pontos cruciais naquilo que esperamos de um carro: o visual é agradável, seu espaço interno é muito bom (vamos falar disso mais adiante) e, mesmo com um desempenho comedido, ele mostra-se econômico no uso diário. Claro que ele ainda tem muitos pontos para melhorar, como por exemplo o ruído que a alavanca de câmbio emite a cada troca de marcha. Nada que comprometa o funcionamento, sendo apenas um incômodo para os ouvidos. Se você não é uma pessoa muito ligada ao universo automotivo, ou está longe de encarar o carro como uma paixão, talvez o JAC T5 caia como uma luva para você.

Em uma volta ao redor do T5, agrada o zelo pelos detalhes e o bom aspecto geral da carroceria do carro. Elementos plásticos na parte inferior das portas, luzes de neblina bem arranjadas nos para-choques, portas bem alinhadas... De fato os chineses já mostram que estão evoluindo. A humildade para reconhecer os defeitos, algo peculiar quando conhecemos a indústria automotiva de lá, nos dá sinais de que faz toda a diferença. Com 4,32 m de comprimento e 1,76 m de largura, o T5 tem um porte bem interessante. Bom para rodar na cidade, uma vez que não é exagerado no tamanho, ele ainda é prático para manobrar nas garagens apertadas que quase sempre encontramos por aí. Mais baixo do que a maioria dos SUVs compactos, o acesso ao T5 também é mais confortável para os passageiros de menor estatura. Mas interessante mesmo é o que a JAC conseguiu internamente.

Ao primeiro contato o espaço interno do T5 é cativante e com certeza será um dos principais argumentos de venda do JAC. Assim como notamos em modelos maiores, como o Hyundai ix35, os SUVs oferecem uma possibilidade de aproveitamento do habitáculo bem interessante e a JAC soube se valer bem desse atributo. Ponto positivo vai também para o assoalho traseiro quase inteiramente plano, o que ajuda o T5 acomodar no total cinco adultos com conforto. É um carro bem interessante para as famílias, já que o porta-malas também é generoso e, segundo a JAC, oferece espaço para 600 litros de bagagem.
Até aqui tudo bem. O JAC T5 até que é bem montado, seu habitáculo não é perfeito, mas mostra certa evolução frente aos demais modelos da marca, e ele não deixa que seus convidados passem aperto no interior. Só que a fabricante chinesa vive um dilema quando falamos de motores. Como não ela não tem nenhuma opção no intervalo entre o 1.5 16V e o 2.0 16V que equipa modelos maiores, como a minivan J6, não restou muitas escolhas para o T5. Já flex e amplamente utilizado nos demais modelos da JAC, o 1.5 é apenas razoável na hora de movimentar o SUV, sendo que a 6ª marcha do parece mais um enfeite do que algo que você efetivamente vai usar.

 

JAC T5 Pack 3

  • Resumo

    Preço

    R$ 70.690

    Categoria

    SUV compacto

    Rivais

    Ford EcoSport, Peugeot 2008, Renault Duster

    Vendas em 2015

    estreia em 2016

  • Mecânica

    Motor

    1.5 16V flex

    Potência

    127 cv a 6.000 rpm (E)

    Torque

    15,7 kgfm a 4.000 rpm (E)

    Transmissão

    manual, 6 marchas

  • Dimensões

    Medidas

    4,32 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,62 m de altura e 2,56 m de entre-eixos

    Peso

    1.210 kg

    Porta-malas

    600 litros

 

Com comando de válvulas variável e 4 válvulas por cilindro, o apelo da JAC de preocupação com o consumo não se vê muito na prática. No dia a dia, quando tem a responsabilidade de lidar com os 1.210 kg do SUV, o 1.5 anda quase sempre sendo solicitado em regimes de rotações mais altos, o que não colabora com suas parciais. Segundo dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, o T5 abastecido com etanol é capaz de percorrer 6,8 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada, números que, ao contrário de um Peugeot 208 1.2, por exemplo, não nos servem de argumento para deixar de lado um desempenho mais satisfatório.

Na hora de dirigir, ainda falta ao T5 aquela “afinação” final típica das marcas que já estão na estrada a mais tempo do que a JAC. A direção, por exemplo, poderia ser mais rápida, assim como os barulhentos engates do câmbio não deveriam ser tão longos. A atuação do freio está melhor do que os demais modelos da marca, com respostas mais sensíveis, enquanto a suspensão também se saiu bem durante nosso tempo com o T5, não se mostrando barulhenta e bem calibrada para a proposta urbana do JAC. Ela poderia ser apenas um pouco mais rígida, porém é apenas uma sugestão.

Se ele é polêmico quando o assunto é propulsão, ao menos no custo-benefício ele é interessante como todo carro chinês. O preço básico, tabelado em R$ 59.990, é convidativo, porém o T5 começa a ficar bem interessante a partir da configuração intermediária “pack 2”, nas lojas por R$ 66.690, que acrescenta ao T5 os importantes controles de estabilidade e tração além do assistente de partida em rampa, uma conveniência bem útil em um carro manual. De série o T5 traz itens bem inesperados, como o monitoramento da pressão dos pneus, além do sensor de estacionamento traseiro, trio elétrico, computador de bordo e ar-condicionado digital, apenas para citar os principais itens. 

Na versão avaliada pelo AUTOO e que você confere nas imagens, a “pack 3” de R$ 70.690, acrescenta a central multimídia com tela de 8”, câmera de ré e revestimento interno de couro, incluindo as laterais de porta e volante. Comparando com produtos mais estabelecidos no mercado, como o Ford EcoSport, o rival só conta com os controles de estabilidade e tração na versão FreeStyle 1.6, que é tabelada em R$ 75.690.

Conclusão

O JAC T5 vale a pena em sua versão de entrada, onde você não acha um modelo equivalente nessa faixa de preço, ou no máximo até a intermediária “pack 2”, que convence pelo ótimo pacote de segurança. Se você tem fôlego para ir além dos R$ 70.000, aí já é mais interessante partir para modelos que contem com um conjunto mecânico melhor resolvido, como o Ford EcoSport e seu bom motor 1.6 16V. O T5 agrada pelo bom espaço interno, o projeto mais evoluído até mesmo em relação a seus colegas na gama JAC e, como é lei nos carros chineses, o bom custo-benefício. Ele, sem dúvida nenhuma, tem tudo para se tornar o carro mais vendido da JAC por aqui e mostra que as fabricantes chinesas estão indo pelo rumo certo.

 
 
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