Suzuki Jimny Sierra 4Style: um jipinho para curtir sem nenhuma pressa
Modelo da marca japonesa foge do conceito de utilitário esportivo e volta às origens dos jipes tradicionais
Bem no fim de semana de feriado de Corpus Christi calhou do Suzuki Jimny Sierra 4Style (R$ 191.990) chegar na minha garagem para uma viagem de avaliação. Pé na estrada e lá vou eu na pista da direita, sem nenhuma pressa, rumo a Joanópolis (SP), uma tranquila cidade no interior para descansar, apreciando a paisagem. Ao volante, ficou claro que a o conceito de utilitário esportivo não se aplica a esse simpático carrinho.
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No Suzuki Jimny Sierra 4Style a ideia foi dar um aspecto um pouco mais urbano para o jipinho com a inclusão de rodas de aro 16 montadas em pneus 215/70R 15 mais voltados para o asfalto, montados em rodas pintadas de preto brilhante. O visual com pintura neste mesmo tom escuro na capota e com um defletor na traseira também fez parte da estratégia que procurou disfarçar a verdadeira vocação desse 4x4, que é enfrentar trilhas em piso de terra.
Depois de ter curtido dirigir devagar pelas curvas da Rodovia Fernão Dias, precisando acionar de vez em quando o pequeno botão na alavanca de câmbio que desliga o overdrive, finalmente, acionei o pisca da esquerda e entrei em uma estradinha de terra.
Pouco espaço, mas muita diversão
No piso asfáltico, no meio de caminhões, SUVs, picapes de agroboy e sedãs potentes, o robusto 1.5 16V, de apenas 108 cv e 14,1 kgfm, (torque atingido em altos 4.000 rpm) funciona fora do habitat natural junto como câmbio automático, de apenas 4 marchas, sendo que a última delas é apenas para ajudar a economizar combustível. Daí a necessidade de desligá-la pelo pequeno botão na alavanca, quando é preciso ter um pouco mais de fôlego.
Bem, uma vez com os quatro pneus na terra, o Jimny Sierra se sente bem mais à vontade. São 24,3 cm de altura mínima do solo, com eixo rígido tanto na frente quanto atrás, sendo que o traseiro fica a poucos palmos das suas costas. Sim, o carro balança, mas não cai. E se mostra bem valente em enfrentar qualquer tipo de obstáculo pelo caminho. Se for preciso, por meio de uma pequena alavanca entre os bancos dianteiros, pode-se acionar a tração 4x4, com reduzida.
Mesmo com apenas as rodas traseiras tracionando é possível ouvir discretamente aquele zumbido característico das engrenagens dos jipes com tração 4x4 tradicionais. No meio da natureza subindo e descendo montanhas, o melhor a fazer a desligar o ar-condicionado, abrir as janelas e seguir em frente. Aliás, os botões dos vidros ficam no painel e apenas o do motorista tem a função "um toque", mas quem liga para isso é só quem está acostumado com SUVs...
Neste pequeno Suzuki 4x4, a nostalgia está até no lavador de farol, acionado por um botão do lado esquerdo do painel, para tirar a lama das arredondadas lentes que também dão um aspecto clássico. O cluster é tradicional, nada de velocímetro digital, configurável, nada disso. Só um pequeno mostrador, no centro, com iluminação laranja, mostra informações corriqueiras, como nível do combustível, hodômetro e a temperatura externa.
O interior tem espaço apenas para dois adultos na frente e, quem sabe, mais dois atrás, dependendo da altura. Além disso, é bom saber que quase não há porta-malas. São apenas 85 litros. No meu caso, como os encostos dos bancos traseiros pode inclinar um pouco, consegui encaixar minha pequena mala de rodinhas, em pé. E só.
Como não usei o banco traseiro, o restante da bagagem foi lá mesmo. Portanto, se for viajar com mais de duas pessoas e mais bagagem, uma alterativa é instalar algum bagageiro na capota. Outra curiosidade do Jimny Sierra 4Style é que o carro é mais econômico na cidade do que na estrada. Conforme o Inmetro, faz 10,1 km/l de gasolina em trechos urbanos e 9,7 km/l em rodoviários.
Está aí mais um sinal de que o carro é feito para andar devagar e no meio do mato, de preferência. Os ângulos de entrada (36°) e saída (48°) são bem bons. E esse pequeno Suzuki pode passar por trechos alagados com até 600 milímetros de altura, nada mau. Em compensação, com pequeno tanque de 40 litros, é bom ficar de olho na autonomia, em torno de 380 km na estrada, tomando como base os dados do Inmetro.
Veredicto
Não há nada igual no mercado hoje em dia como mesmo porte e na faixa de preço até R$ 200 mil para enfrentar trilhas, subindo e descendo montanhas, dentro do conceito de jipe 4x4 tradicional. Mas é bom deixar claro que não de trata de um utilitário esportivo, que tem bom desempenho, faz curvas como um sedã ou hatch e esbanja espaço e conforto.
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