Peugeot 208 GT da linha 2025 mostra equilíbrio entre desempenho e consumo
Não espere um "foguete de bolso" como o GT anterior, com motor 1.6 turbo e câmbio manual
Não é de hoje que a sigla GT vem sendo usada por algumas fabricantes sem muita consideração com o significado que ela teve no passado. Antes estampada apenas em esportivos de verdade, agora ela tem sido "banalizada" em versões que procuram convencer mais pelo visual.
É o caso do Peugeot 208 GT, da linha 2025, que tem preço sugerido de R$ 114.990 e, como mérito principal, o equilibrio entre consumo e desempenho.
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Esqueça o 208 GT que foi vendido brevemente entre 2016 e 2019. Este sim, até que fez jus à sigla que pode ser encontrada cravada nas carrocerias de Mustang, Porsche, entre outros.
Vem com motor 1.6 THP, de 173 cv e câmbio manual de 6 marchas. Bem diferente do novo 208 GT que avaliamos por uma semana, com o 1.0 turboflex de 130 cv com caixa automática CVT, que simula até 7 marchas.
Nem mesmo hastes atrás do volante o 208 GT da linha 2025 tem, algo que até o SUV 2008 GT conta na lista de equipamentos. Se estiver animado para fazer trocas sequenciais vai ter que colocar a alavanca de câmbio para o lado esquerdo e fazer toques para frente e para trás, algo nada convidativo.
Estiloso e equilibrado
A partir disso já dá para notar que é melhor não forçar muito a barra com este 208 GT com motor 1.0 e câmbio CVT. No dia a dia, o que você vai notar é que o carro até que tem certa agilidade, acelerando de 0 a 100 km/h em plausíveis 9 segundos (ante 7,6 s do 208 GT 1.6 THP) e podendo atingir 206 km/h (menos que os 222 km/h do GT 1.6 THP).
Bom mesmo é que o 208 GT 1.0 CVT consegue ser um carro econômico. De acordo com o Inmetro, pode fazer 12,5 km/l de gasolina na cidade e 14,1 km/l na estrada, números que caem para 8,8 km/l e 10 km/l com etanol, respectivamente. Nada mau.
Afora o desempenho morno, o 208 GT se mostra bem acertado quando o assunto é suspensão, direção e freios. O volante esportivo e a posição de dirigir que obriga a manter uma postura mais adequada ajudam a sensação de boa dirigibilidade.
Ao acelerar, o ponteiro digital no cluster 3D não é muito animador e preciso como um contagiros convencional, mas cumpre seu papel.
Ainda na comparação com o SUV 2008 GT, o hatch também perde o botão físico que ajusta o volume do som, controlado apenas pela tela do sistema multimídia, de 10 polegadas, ou pelos botões no volante. Aliás, mais uma vez a Peugeot economiza ao concentrar as regulagens do ar-condicionado na tela, o que não é muito cômodo.
Em contrapartida, o visual do 208 GT é interessante. Em um mundo em que parecer é cada vez mais importante, não há onde encontrar defeito no visual do carro. Já começa pela nova cor Cinza Selenium, em contraste com o preto brilhante em partes como arcos dos para-lamas, carcaças dos retrovisores e o defletor de ar na traseira.
As rodas estilosas, de aro 17 montadas em pneus 205/45R 17, ajudam a compor a esportividade do hatch compacto, bem como os faróis e lanternas full LED e a grade dianteira com pequenos detallhes na cor da carroceria. Por dentro, há apliques que imitam fibra de carbôno, teto solar panorâmico e bancos com costuras aparentes, mas falta espaço no banco traseiro.
Quem tiver mais de 1,70 metro de altura e for sentado atrás vai se sentir um pouco apertado. Além disso, não há entradas USB para os passageiros do banco traseiro, nem saídas de ar, apenas um pequeno porta-objetos. No porta-malas, vão módicos 265 litros. Portanto, o 208 GT da linha 2025 não é para famílias que procuram por um hatch espaçoso.
Veredicto
O que surpreende no Peugeot 208 GT é a capacidade de conciliar certa agilidade no dia a dia com baixo consumo de combustível. O visual também é ponto forte do carro, assim como a relação entre custo e benefício, pelo menos enquanto a marca francesa não mexer no preço competitivo.