Ao entrar na versão Tendance da nova geração do Citroën C3, principalmente sob o céu ensolarado de Brasília, onde foi feita a apresentação do carro, inevitavelmente o que mais chama a atenção é o amplo para-brisa Zenith. Ele faz toda a diferença no modelo e não é para menos. Segundo a gerente de produto da marca, Cléa Tiepo, aumenta em 80° a visibilidade em relação a um carro com para-brisa normal. O nome Zenith, aliás, vem da Astronomia. Significa o ponto mais alto que um astrônomo pode ver na esfera celeste.

Passada a primeira boa impressão, é hora de acelerar a versão intermediária, com câmbio manual e preço de R$ 43.990, pelas ruas planas da Capital do País. Sob o capô, essa versão conta com o motor 1.5 de oito válvulas, desenvolvido no Brasil e produzido na fábrica de Porto Real (RJ), que entrega até 93 cv a 5.500 rpm com etanol, e torque de 14,2 kgfm a 3.000 giros, com o mesmo combustível. Com bloco e cabeçote de alumínio, o propulsor recebeu a classificação A no programa Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, do Inmetro, e atende às normas de emissões como Euro 5 e PL6.

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O bloco conversa bem com a transmissão manual de cinco velocidades e engates precisos. A alavanca do câmbio, no entanto, poderia ser mais curta. Nas condições de rodagem do test drive, sem trechos íngremes, o hatch do segmento B premium saiu-se bem, respondendo a contento quando o pedal do acelerador era solicitado.

A visualização do quadro de instrumentos é boa e os comandos de vidros e retrovisores elétricos ficam ao alcance das mãos, na porta do motorista. A posição de dirigir também agrada, assim como a visibilidade.

O acabamento, porém, ostenta muito plástico. Nas portas há apenas um pequeno inserto de tecido. Os bancos também são revestidos de tecido de boa qualidade. Em relação à anterior, a nova geração do compacto cresceu 9,4 centímetros no comprimento e 4,1 cm na largura. A distância entre os eixos permanece de 2,46 metros, oferecendo bom espaço para quem vai atrás e conta com três apoios de cabeça e três cintos de três pontos retráteis nesta versão. O porta-malas tem capacidade para 300 litros.

Desde a versão de entrada, Origine (R$ 39.990) o compacto sai de fábrica com direção elétrica, ar-condicionado manual, air bag duplo, freios ABS, travas, retrovisores e vidros dianteiros elétricos, volante com regulagem de altura e profundidade, banco do motorista  com regulagem  de altura, computador de bordo e banco traseiro bipartido. 

A versão Tendance conta ainda com faróis de neblina, luzes diurnas de LED, para-brisa Zenith com ocultador manual, porta-luvas com iluminação interna, CD player com MP3 e seis alto-falantes, com comandos na  coluna de direção,  vidros traseiros elétricos e rodas de liga leve 15".

Projeto brasileiro

O modelo foi desenvolvido no Brasil ao custo de R$ 400 milhões e tem a mesma plataforma do Peugeot 208, que chegará ao nosso mercado no ano que vem. A responsabilidade dos envolvidos no projeto era grande, já que, nos nove anos em que o C3 é oferecido no mercado brasileiro, foram vendidas 240 mil unidades.

A Citroën também está investindo na nova estrutura comercial da marca, expandindo a rede. Atualmente, são 165 concessionárias, mas até o fim do ano, a expectativa é de chegar a 175.

Um dos artifícios para fidelizar clientes foi o aumento da garantia de fábrica para três anos e manter o preço fixo de revisão até 60 mil km com os mesmos valores do C3 atual, inclusive para reparo do para-brisa.

 

 

 

 

Vendas

Segundo Fabrício Biondo, diretor de marketing da PSA Peugeot Citrën, a expectativa é de vender 3.500 unidades do modelo por mês a partir do ano que vem, quando a produção já estará a todo vapor. Para a diretora de marketing da Citroën, Nívea Ferradosa, o mix de vendas esperado é de 30% da versão de entrada e 70% distribuídos entre a intermediária, Tendance, e a topo de linha, Exclusive, equipada com motor 1.6 16V Flex Start, que chega a R$ 53.990 com câmbio automático sequencial.

De acordo com ela, o público do modelo é jovem, antenado e gosta de novidades. Atualmente, o segmento B premium, no qual ele se insere, tem 25% do mercado no Brasil. Entre os concorrentes estão o Fiat Punto, VW Polo, Ford New Fiesta e Chevrolet Sonic. Ainda há unidades do modelo antigo à venda, com estoque até o fim do ano.

Ficha técnica