A internet facilitou muito a compra e venda de veículos, mas a prática também atraiu os golpistas, que abusam da criatividade para tirar dinheiro de quem só quer trocar de carro. Segundo levantamento da OLX, plataforma digital de classificados, foram 90 mil casos no ano passado.

VEJA TAMBÉM:

• Economia para o bolso: veja 10 motivos para comprar um carro e não se arrepender
• O que fazer ao comprar ou vender um carro usado? Confira 10 dicas

O estudo também aponta que mais de R$ 2,7 bilhões foram tomados pelos golpistas que atuam em sites do tipo. O levantamento detalha que os carros representam a maior parte dos veículos que envolvem os golpes, com 64% dos casos, seguido das motos, equivalente a 31%, e os caminhões, com 5%. 

Ainda sobre as regiões com mais ocorrências, o estado de São Paulo lidera o ranking de golpes, com 28% dos crimes, seguido de Minas Gerais (8%), Rio de Janeiro (7%) e Bahia (6%).

Principais golpes na compra e venda de veículos

Imagem: Agência Brasil

• Golpe do falso intermediário

“Esse é um golpe bastante comum, dado tanto em quem está comprando quanto em quem está vendendo”, disse Márcio Leitão, CEO da BMZ Negócios Automotivos, rede de franquias especializada em negociações. 

Neste caso, o criminoso entra em contato com o anunciante oferecendo uma oferta bastante atrativa. Porém, não é uma simples oferta. O fraudador inventa uma história bem complexa, por exemplo, que a pessoa que pagará pelo veículo tem uma dívida com ele. E pede que o vendedor não informe valores e mantenha tudo sob sigilo. Outra situação é pedir que o vendedor remova o anúncio do ar para evitar vender a outra pessoa.

Do outro lado, o golpista clona o anúncio do vendedor, mas com um valor bem mais baixo para torná-lo ainda mais competitivo. Esse anúncio atrai um comprador, que será a segunda vítima.

Ao atrair a segunda vítima, o criminoso marca um encontro entre o vendedor e o comprador, avisando ambos que não falem sobre anúncios. Após a visita, o comprador faz o pagamento do veículo para o fraudador. E o lojista não recebe nada e nem perde o veículo, mas fica vulnerável judicialmente, além de poder ter a imagem da sua loja manchada.

• Clonagem de anúncio 

Nesse tipo de fraude, os criminosos copiam informações de anúncios legítimos, incluindo fotos, características do carro, quilometragem e placa. No entanto, o golpista oferece um valor muito abaixo do mercado, mas nunca permite que a vítima veja o veículo pessoalmente. 

Os golpistas conseguem convencer as vítimas a fazer o pagamento, mesmo sem ver o carro. Assim que o dinheiro é depositado, o golpista desaparece. Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental sempre examinar o veículo pessoalmente, pesquisar detalhes sobre ele e realizar um test drive antes de prosseguir com a compra.

• Pedido de sinal

Essa modalidade não visa obter o valor total do veículo, mas apenas uma parte dele, conhecida como "sinal". Nesses casos, as ofertas também envolvem preços mais baixos.

Quando um potencial comprador se interessa, é informado de que há outros interessados e solicita um depósito como garantia de suposta prioridade na negociação.

• Golpe do carro alugado

Outro caso que gera inúmeros transtornos para o comprador é o golpe do veículo de locadora. Para este crime, o fraudador aluga um veículo e anuncia o carro na internet. Com a ajuda de um despachante clandestino, ele cria documentos falsos para se passar por proprietário do automóvel.

Ao fechar o acordo, o comprador recebe o veículo e os documentos falsos de transferência. No entanto, quando termina o contrato de aluguel do carro, a locadora bloqueia o veículo e entra na justiça, pois é ela a verdadeira proprietária.

Sinais de alerta e medidas de segurança

Imagem: Divulgação

Sinais de alerta que devem ser observados para identificar possíveis golpes em anúncios online:

• Valor muito abaixo do mercado, desconfie; 
• Verificar a documentação do automóvel inclusive se já esteve em leilão;
• Não fazer pagamento antecipado;
• Solicitar vistoria cautelar.

Além disso, as medidas de segurança aos compradores envolvem:

• Ver pessoalmente o veículo, para se certificar que é real (embora com o golpe do intermediário só isso não é o suficiente, mas é um dos pontos de atenção);
• Confirmar quilometragem do veículo (não pode de forma alguma estar abaixo do registrado no manual de revisão).

Ainda existe o risco de golpes realizados presencialmente nas negociações, e alguns exemplos podem ser o do intermediário, em que o encontro presencial chega a acontecer mas não deixa de ser um golpe e também a adulteração de km do veículo. Por isso é essencial certificar-se que o local de onde está comprando é confiável.

Siga o AUTOO nas redes: | | | |