Guia do Carro Usado: Chevrolet Corsa
Modelo, que foi o primeiro ''popular moderno'', ?uma escolha interessante
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Ainda em uma época em que a GM aqui no Brasil compartilhava muitos projetos e plataformas com a alemã Opel, o Chevrolet Corsa é um modelo que até hoje conta com uma boa procura no mercado de usados. E tudo isso não é sem razão, uma vez que seu projeto ainda reserva boas qualidades, em especial levando em conta que ele foi lançado aqui em 1994.
Seu ano de estreia no Brasil foi bem movimentado, já que, logo depois de chegar às concessionárias em fevereiro com motor 1.0 de 50 cv, em junho foi a vez da marca colocar no mercado a versão GL com motor 1.4 de 60 cv e, em outubro, o hatch ganhava a opção esportiva GSi com o 1.6 16V de 108 cv sob o capô. Vale a pena dizer que, ainda em 1994, o Corsa GSi já antecipava uma tendência amplamente difundida hoje em dia, que são as configurações de apelo esportivo entre os hatches compactos.
Avançando na história do Corsa no Brasil, o modelo estreou sua carroceria 4 portas em 1995 na versão GL. Um ano depois, em 1996, chega ao Corsa o motor 1.0 8V com injeção multiponto, que deu vida nova ao hatch com seus 60 cv e desempenho bem mais aceitável em relação ao propulsor 1.0 presente na ´ epoca do lançamento do modelo. A versão GL também foi aprimorada no mesmo ano, passando a contar com 92 cv oriundos de seu propulsor 1.6.
Em 1999, o modelo ganhou seu primeiro facelift, com um novo para-choque dianteiro e novas lanternas.
Avançando para o milênio atual, em 2002 foi a vez do Corsa estrear sua segunda geração no Brasil, com um desenho bem mais atual e interessante para a época, com destaque para as lanternas verticais e formas arredondadas para a carroceria.
Em 2005, seu motor 1.0 torna-se flex e Corsa também estreia a versão esportiva SS com motor 1.8 de até 114 cv com etanol.
Em 2009, já aproximando de seu fim de ciclo no Brasil, o Corsa mantém em sua gama apenas o motor 1.4 flex com até 105 cv utilizando etanol. Três anos depois, em 2012, a produção do Corsa no Brasil chega ao fim.
Com uma linha prolífica, a gama Corsa também era composta pela Picape Corsa (1995-2003), o Corsa Sedan (1995-2012) e a station wagon compacta Corsa Wagon (1997-2001). Importante também mencionar o sucesso comercial do Chevrolet Classic, que nada mais era do que o Corsa Sedan de primeira geração rebatizado a partir de 2004 e que seguiu em linha até 2016 graças à sua receita interessante de oferecer carroceria três volumes, portanto com um porta-malas superior em relação à maioria dos hatches compactos, a um preço acessível.
Pontos fortes
Como pontos fortes das duas gerações do Chevrolet Corsa no Brasil podemos começar pela robustez de seu conjunto mecânico em grande parte das versões oferecidas aqui.
É claro que o Corsa foi um hatch de entrada e não poderia oferecer um interior muito luxuoso ou equipamentos de ponta, mas seu projeto contemplava alguns recursos técnicos interessantes, como o subchassi para a suspensão dianteira, algo que o Chevrolet Agile, sucessor por um curto período de tempo do Corsa no Brasil, não oferecia.
Ao Corsa pode ser creditado o grande mérito de estabelecer aqui no Brasil as bases para os hatches compactos que encontramos hoje em nosso país em termos de proposta.
Mesmo tendo o foco no custo-benefício, o Corsa não descuidava da boa montagem de sua cabine e um nível de acabamento bastante aceitável considerando sua segmentação de mercado.
Dinamicamente, o modelo também é bastante aceitável, com um conjunto de suspensão bem calibrado para nosso piso. O modelo oferece rodar confortável e comportamento neutro e equilibrado ao volante.
Pontos fracos
Podemos dizer que o espaço traseiro para os ocupantes, seja no hatchback ou no sedan e na station wagon derivados, não é dos melhores.
Por ser um modelo com alto volume de unidades nas ruas, o Corsa costuma ser mais visado.
Segundo alguns relatos de proprietários, também é interessante ficar atento (a) com batidas de pino nos motores 1.0 VHC a gasolina, assim como algumas versões com motor flex podem apresentar falhas em velocidades constantes devido a problemas no sensor da borboleta de aceleração.
O motor 1.0 a gasolina com injeção monoponto, usado no modelo de 1994 até 1996, deixava bastante a desejar no quesito desempenho, por isso exige atenção se você mora em uma cidade com muitos aclives ou utiliza o carro em rodovias movimentadas.
Quais versões devo comprar?
Talvez a melhor “safra” do Corsa no Brasil reside na segunda geração, em especial nas configurações com motor 1.4 flex.
O Corsa com o propulsor em questão oferecida desempenho adequado com sua proposta, além de ótimo nível de economia de combustível considerando a idade do seu projeto.
Estamos falando em especial da versão Maxx 1.4 flex oferecida de 2007 até 2012, quando o Corsa saiu de linha em nosso país.
Hoje em dia um modelo com ótima liquidez reside no Corsa Sedan/Classic. Já com o projeto bastante maduro, a versão três volumes pode ser uma opção bem acessível para famílias que precisam de mais espaço para bagagens no porta-malas gastando pouco para isso.
Como o Classic saiu de linha há apenas três anos, ainda é possível encontrar unidades seminovos com quilometragem relativamente baixa e bom estado geral.
Quais versões devo evitar?
O Corsa contou com uma versão chamada AutoClutch, em que a embreagem era acionada por um sistema servo-eletrônico, preservando a alavanca de câmbio convencional, mas eliminando o pedal da embreagem. É um sistema semelhante ao que o Mercedes-Benz Classe A nacional e o Fiat Palio já ofereceram por aqui. Sua manutenção e reparos no conjunto, contudo, geralmente não são simples.
A opção Wind 1.0 de 1994 deixava a desejar em desempenho, portanto exige atenção. Em outra linha, o motor 1.8 aplicado em configurações esportivas do Corsa não é nada comedido no consumo, apesar de conferir boa disposição ao hatch e sedan.
O Corsa também era oferecido com opção de carroceria 2 portas, o que comprometia o acesso aos passageiros no banco traseiro, portanto pondere a aquisição do modelo nesta opção caso você utilize o carro com mais de duas pessoas com frequência.
Por fim, só cogite a compra de unidades mais antigas do modelo tendo a certeza da procedência do modelo e verificando se o estado mecânico do modelo está aceitável, com os procedimentos de manutenção em dia. Não se esqueça também de checar a documentação da unidade em questão.
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O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e est??frente dos portais AUTOO e MOTOO. ?o expert em aconselhar a compra de automóveis