E cad?a Exeed?
História da marca do grupo Chery que nunca apareceu pode se repetir
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Uma divisão do grupo chinês Chery, com carros mais sofisticados do que os da marca mãe, incluindo modelos 100% elétricos e híbridos, faz pomposo anúncio de entrada no mercado brasileiro e importa unidades para homologação. Diz que virá com rede própria e está prospectando concessionários. O processo, porém, atrasa e ainda é, de certa forma, nebuloso.
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Parece que estou falando da Omoda e Jaecoo, mas na verdade é da Exeed. Lembra? Ou já se esqueceu? Não faz tanto tempo assim, afinal. Foi em agosto de 2022 que executivos da Exeed juraram de pés juntos que a marca viria ao Brasil, em operação independente da CAOA.
Em 2023 a empresa confirmou que as primeiras unidades (com modelos definidos e tudo) chegariam ao mercado até o começo de 2024. E agora o assunto morreu. Ninguém fala mais sobre isso e, é claro, nem sombra de Exeed sendo vendido no Brasil.
ROTEIRO QUASE IDÊNTICO
Imagem: Divulgação
Desta vez foi a Omoda – Jaecoo a anunciar atraso no seu cronograma de lançamento no Brasil, prometido em novembro de 2023 para acontecer neste ano e agora postergado para 2025. Lá atrás, a marca disse em comunicado que “reafirma seu compromisso em comercializar veículos no Brasil a partir do próximo ano [2024]”.
Como se vê, compromisso não costuma ser exatamente cumprido quando o tema é lançar veículos importados no mercado nacional, especialmente os chineses. As desculpas são as mais variadas, sendo que algumas chegam a ofender nossa inteligência.
No caso específico da Omoda e Jaecoo o roteiro é praticamente o mesmo da Exeed. As três são marcas do Grupo Chery, e ponto – a montadora chegou até a levar um grupo de jornalistas para a China,onde mostrou modelos das três marcas em uma mesma ocasião.
E se a marca é do Grupo Chery, sua operação passaobrigatoriamente pela CAOA, que detém os direitos de comercialização destes veículos aqui, quer a Chery chinesa queira quer não. Foi isso que travou a chegada da Exeed aqui, e se um acordo com a empresa brasileira não for firmado, vai acontecer a mesmíssima coisa com a Omoda e Jaecoo.
Em março de 2018, bem antes de seu falecimento, o próprio Carlos Alberto de Oliveira Andrade me revelou, em entrevista, que se negou a assinar o contrato quando o CEO da Chery veio ao Brasil para fechar o negócio, por discordar dos termos de uma cláusula. O chinês voltou enfurecido ao seu país de origem, mas depois acabou cedendo. O Dr. Carlos não me disse qual cláusula era essa, mas estou quase certo de que dizia respeito à amplitude da representação da Chery no Brasil pela CAOA.
E se tinha algo que o Dr. Carlos sabia fazer, meus amigos, era contrato. A Renault tentou brigar com ele; perdeu. A Hyundai tentou brigar com ele; perdeu também. Será a Chery a próxima dessa lista?
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