Audi RS e-tron GT: esportivo mostra fôlego eletrizante em Interlagos
Carro do "Homem de Ferro" custa mais de um milhão de reais e pode acelerar de 0 a 100 km/h em 3,3 s
Já andei até de Fiat Linea de competição em Interlagos, mas nunca tinha acelerado um elétrico no chamado "templo do automobilismo brasileiro". E minha estreia com um eletrificado foi das boas, ao volante do Audi RS e-tron GT (R$ 1.102.990), o carro do super-herói "Homem de Ferro", que custa mais de um milhão de reais e tem tecnologia que nem Tony Stark vai achar defeito.
Depois dos procedimentos de praxe, inclusive colocar balaclava e capacete, lá fomos nós, ao lado do instrutor da Audi, para as três voltas que tinha direito. Estava no carro mais potente modelo da marca alemã e não ter que trocar de marcha, além de não ouvir nada, além do zumbido dos motores elétricos, me causou certa estranheza no começo.
Mas aos poucos, fui me acostumando. Gerenciando os eixos dianteiro e traseiro e combinado com uma bateria de 85 kWh, o sistema do e-tron RS oferece uma potência nominal de 590 cavalos. Além disso, uma função overboost é capaz de levar o conjunto a 637 cv e brutais 84,6 kgfm de torque, quase oito vezes a força que é extraída de um motor 1.0, a combustão, aspirado. E o mais impressionante: o carro é capaz de fazer de 0 a 100 km/h em meros 3,3 segundos.
O instrutor da Audi sabia bem do que o e-tron RS é capaz e ficou só controlando o quanto o carro podia despejar de potência na pista. De qualquer forma, o superesportivo elétrico sempre se mostrou grudado no chão e isso se deve, entre vários outros fatores, ao vão live do solo 5 cm menor que o do RS7 a combustão, o que encoraja a pisar fundo na junção, chegando a contornar a famosa Curva do Café a quase 200 km/h, chegando à máxima de 250 km/h antes da freada do S do Senna.
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O RS e-tron GT também possui uma direção que não é especialmente comunicativa, o que torna fácil perder a hora certa de virar o volante, mirando na tangência. Em compensação, a tração integral funciona bem em qualquer situação. Porém, como estamos falando de um carro de 2.345 km sem carga, apesar do uso abundante de alumínio nos painéis da carroceria e nas partes inferiores, deve-se ficar atento aos freios, que correm o risco de superaquecimento, quando muito exigidos.
Por dentro, o ambiente do e-tron é sofisticado sem ser opressor. Esqueça telas envolventes, controles por gestos ou realidade aumentada. Em vez disso, o GT apresenta um par de painéis de LCD combinados com botões e botões para os controles climáticos e mais outros do volante para controlar as principais funções do carro.
A cabine em si é confortável na frente e atrás, desde que seu pescoço seja curto o suficiente para não raspar no teto do carro na parte traseira. Mas o e-tron mais potente da linha faz faz jus ao seu nome de grande turismo, oferecendo excelentes acomodações em viagens mais longas.
A questão é que se você resolver pisar fundo no acelerador, vai ter que encontrar um bom carregador pelo caminho. É possível chegar em torno de 375 km de autonomia, o que é mais do que suficiente para as demandas de direção no mundo real, ainda está bem abaixo dos 560 km prometidos pelo Mercedes-Benz EQS ou dos 605 km do Tesla Model S.
De qualquer forma, o Audi RS e-tron GT vem com uma lista de equipamentos interessante, que inclui direção semiautônoma, câmera de 360 graus, head-up display e faróis LED Matrix com Audi Laserlight, além de sistema que antecipa acidentes e realiza funções como tensionar os cintos de segurança e fechar o teto solar.
O espaço para bagagem é apertado. O RS e-tron GT tem apenas 350 litros de espaço no porta-malas, mas há armazenamento sob o piso e outros 85 litros na frente. Há uma tomada de 12 V no porta-malas, mas não há isolamento acústico na tampa interna. Talvez não seja julgado como necessário porque é um EV. Mas, entre prós e contras, o saldo do Audi RS e-tron é positivo e marca o início de uma nova era.
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